O maior sindicato de pilotos de companhias aéreas do mundo, conhecido como Air Line Pilots Association, sugeriu que os aviadores e mulheres parem de usar termos supostamente ofensivos a mulheres e indivíduos LGBTQ, chamando termos como “cockpit” de não inclusivos.
Representando mais de 70 mil pilotos em todo o mundo, o sindicato afirma que colabora com uma agência extremista das Nações Unidas em suas políticas voltadas para uma linguagem DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) lançadas em 2021, na qual lista vários termos e frases para se evitar por considerar “não inclusivas”.
“A linguagem inclusiva nas comunicações é essencial para a solidariedade e a força coletiva do nosso sindicato e é um fato importante para manter a segurança de voo”, diz o guia da ALPA. “O objetivo deste guia linguístico é oferecer exemplos de termos e frases que promovam a inclusão e a equidade”, acrescenta.
A agência woke sugeriu substituir, por exemplo, a palavra “cockpit” por “flight deck”. O termo supostamente ofensivo “foi e pode ser usado de forma depreciativa para excluir as mulheres na profissão de piloto”, afirma o guia.
“Muitas mulheres ouviram uma variação de ‘É chamado de cockpit por uma razão’ por um piloto homem, sugerindo que as mulheres não pertencem à profissão de piloto”.
No entanto, os produtores do guia não tinham a intenção de estudar o termo para entender sua origem, mas apenas aplicar uma espécie de novilíngua.
O termo ‘cockpit’ foi criado em meados de 1600, durante as famosas brigas de galos na Inglaterra. Segundo o linguista Ben Zimmer, o cockpit era o ringue de luta cercado por uma barreira para impedir que os galos escapassem, com espectadores que viam o esporte sangrento como entretenimento.
Ao longo dos anos, o termo evoluiu e passou a descrever uma atmosfera turbulenta e tensa. Em meados de 1800, o termo era usado em áreas de navios de guerra britânicos onde os cirurgiões tratavam os feridos.
“O espaço confinado, o barulho, o sangue e o ar fétido evidentemente lembravam as pessoas dos cockpits originais”, disse Zimmer.
Da mesma forma, o guia desaconselhou o uso dos termos “mãe” e “pai”, pois podem alienar “diferentes estruturas familiares, como avós, cuidadores e pais do mesmo sexo”. O mesmo foi sugerido para os termos “namorado/namorada” e “esposa/esposo”.