A Nova Frente Popular (NFP), liderada pelo radical da extrema-esquerda Jean-LucMélenchon, foi formada menos de uma semana após a dissolução do Parlamento por Emmanuel Macron.
Em poucos dias, socialistas, verdes, comunistas e a extrema-esquerda se uniram para tirar a vitória do partido de direita RN.
A coalizão comunista ficou em primeiro lugar, conquistando mais de 170 assentos no parlamento, portanto, uma maioria para governar.
Édouard Philippe, prefeito de Le Havre, disse que a decisão de Macron de dissolver a assembleia e convocar novas eleições antecipadas levou a uma instabilidade política e minou as instituições democráticas.
O presidente do RN, Jordan Bardella, denunciou “a aliança de desonra e arranjos eleitorais perigosos” que “privam os franceses de uma política de recuperação”.
Eric Ciotti, presidente dos Republicanos, denunciou um “golpe de Estado institucional e político” enquanto franceses “votaram maciçamente na direita” nas eleições europeias, depois no primeiro turno das legislativas e Macron trouxe “o poder para a extrema-esquerda numa bandeja”.
O “homem-bomba” está “pronto para instalar o caos institucional para manter seu pequeno poder”, criticou Ciotti.
Resta agora saber como serão organizadas as bancadas à extrema-esquerda da Assembleia Nacional. Porque os vários partidos unidos na coalizão NFP – LFI, PS, EEV e PCF, não esconderam as suas divergências durante a campanha.
A começar pela questão de qual figura poderia ser o primeiro-ministro, Jean-Luc Mélenchon parece inevitável para uns, mas impensável para outros.
“Estamos na liderança, mas estamos em uma assembleia dividida (…) e por isso teremos de nos comportar como adultos”, disse Raphaël Glucksmann (Place publique).
Sem nenhuma aliança com maioria no Parlamento e os centristas de Macron enfraquecidos, a instabilidade política da França deve continuar até pelo menos a próxima eleição presidencial, em 2027.