O deserto do Atacama, no norte do Chile, é um dos lugares mais secos da Terra, até 50 vezes mais que o Vale da Morte, na Califórnia, mas faixas de sua areia geralmente estéril são cobertas por um carpete de flores coloridas que nascem no local a cada quatro ou cinco anos.
Conhecido como o “Deserto Florido”, o fenômeno ocorre raramente quando os níveis certos de chuva e temperatura coincidem para retirar a pelagem protetora das sementes dormentes no deserto, o que leva ao seu florescimento.
Esse fenômeno geralmente acontece na primavera, entre setembro e novembro, mas a floração atual é excepcionalmente precoce, no meio do inverno do Hemisfério Sul.
Mais de 200 espécies de flores aparecem no deserto, mas nem todas florescem ao mesmo tempo, crescendo alternadamente e mudando a coloração do solo.
Contudo, não fica apenas nisso. Uma rica fauna cresce ao redor, com lagartos, répteis, aves e animais como guanaco e raposas compartilhando o ambiente.
Segundo uma análise da Universidade Católica do Chile, cerca de 15 eventos desse tipo aconteceram nos últimos 40 anos.
As florações ainda não são extensas o suficiente para serem oficialmente consideradas parte do “deserto florido”, segundo a Corporação Florestal Nacional (CONAF), organização administrada pelo governo chileno.
Contudo, mais chuva é esperada, o que significa que as flores podem se espalhar por uma área maior.
O Atacama, com 105 mil km², está encravado entre o Oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes, que protegem o núcleo do deserto da precipitação.