O arcebispo Dom Carlo Viganò, ex-núncio papal nos Estados Unidos que questionou a legitimidade do Papa Francisco e a autoridade do Concílio Vaticano II, foi considerado culpado de cisma e excomungado, anunciou o Vaticano nesta sexta-feira, 5.
“Suas declarações públicas manifestando sua recusa em reconhecer e se submeter ao Sumo Pontífice, sua rejeição da comunhão com os membros da Igreja a ele submetidos e da legitimidade e autoridade magisterial do Concílio Vaticnao II são bem conhecidas”, disse um comunicado do Vaticano que anunciou a decisão.
A decisão da excomunhão do Arcebispo era esperada após a notificação de cisma pelo Dicastério para a Doutrina para a Fé no mês passado, quando ele se recusou a comparecer.
O decreto do Vaticano de 11 de junho estabelecia que, se Viganò permanecesse sem resposta até 28 de junho, ele seria condenado à revelia. O comunicado do Vaticano de 5 de julho anunciando a excomunhão destacou que o Congresso do Dicastério para a Doutrina da Fé se reuniu em 4 de julho para concluir o processo penal contra Viganò.
Em 2018, o arcebispo publicou uma carta de 11 páginas alegando um encobrimento generalizado do Vaticano de alegações contra o ex-cardeal Theodore McCarrick, além de pedir para que Francisco renunciasse.
A rara excomunhão de um dos prelados da própria Igreja provavelmente colocará vários bispos dos EUA em uma posição incômoda, já que, após suas alegações iniciais de 2018 contra o papa, mais de duas dúzias emitiram declarações contra o Papa, incluindo alguns dos atuais líderes da Conferência Episcopal dos EUA.