Um estudo recém-publicado na revista JAMA Pediatrics revelou que crianças com sobrepeso podem exibir níveis de inteligência mais baixos em comparação com seus pares com pesos mais saudáveis.
Conduzido por pesquisadores da Universidade de Washington, em St. Louis, o estudo analisou dados de mais de 5 mil crianças de nove a onze anos para determinar a correlação entre o índice de massa corporal (IMC) e o desempenho cognitivo.
Ao longo de um acompanhamento de dois anos, os pesquisadores descobriram que as crianças com sobrepeso ou obesas tiveram um desempenho muito pior nos testes de inteligência, bem como mais predisposição a ter sintomas de depressão.
As crianças que pontuaram menos nessas tarefas apresentaram um IMC médio mais alto em 0,012 (1,6%). Além disso, crianças com sobrepeso e obesas tinham quase duas vezes mais chance de ter “mais problemas anualmente do que aquelas com peso normal”, disse o estudo.
Os resultados do estudo, segundo os pesquisadores, revelam a “importância da saúde cognitiva e mental” no ganho de peso.
Especialistas alertam há muitos anos que um “ambiente de solução rápida” combinado com dietas não saudáveis e estilo de vida cada vez mais sedentário cria a “tempestade perfeita” para dificultar o desenvolvimento infantil.
Para isso, os pais devem incentivar as crianças e jovens de 5 a 18 anos a praticar pelo menos 60 minutos de atividade física diária para desenvolver habilidades de movimento e diminuir o tempo de sedentarismo para melhorar a saúde e o desenvolvimento geral.
No Reino Unido, por exemplo, quase um quarto das crianças tem um “provável transtorno mental”, segundo um relatório do Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS).
A taxa desses transtornos, registrada com base nas respostas de um questionário com jovens de oito a 16 anos, está aumentando.
Dados do ano passado sugeriram que 23,3% das crianças tinham um provável transtorno mental, como ansiedade ou depressão, contra 19% no ano anterior.
Já no Brasil, o número de crianças com sobrepeso ou obesidade é quase três vezes maior que a média global.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 14,2% das crianças de zero a cinco anos estavam nessa classificação em 2022, enquanto que, no mundo, a taxa é de 5,6%.
Entre os adolescentes, a situação é ainda mais preocupante: 33% nessa classificação, enquanto a média global é de 18,2%.
Complicado saber o que de fato causa o atraso cognitivo e a depressão: é o sobrepeso em si ou os componentes do lixo que se ingere?
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