Uma mistura de seca, escassez de água e altas temperaturas do verão da Sicília, no sul da Itália, está criando uma crise hídrica na região, levando até ao desaparecimento de reservatórios de água.
O Lago Rosamarina, um dos maiores reservatórios de água da Sicília, secou praticamente toda a sua superfície nos últimos dias.
Também conhecido como Barragem ou Lago de Caccamo, o lago na cidade de Palermo já foi um recurso-chave para a agricultura, o abastecimento de água e a biodiversidade local.
Ele foi formado após o represamento do rio San Leonardo, que ocorreu na década de 70, se originando nas montanhas Sicani.
Desde então, atendeu às necessidades de irrigação de uma área que inclui territórios entre a planície de Lascari, perto de Cefalù, e a zona rural de Villabate.
Agora, contudo, o cenário é diferente. Segundo o Centro Meteorológico Siciliano, mais de 15 quilômetros de margens do lago, que teria uma capacidade de 100 milhões de metros cúbicos de água, estão secos.
A falta de chuvas na região, combinadas com as altas temperaturas do verão, causou uma queda drástica no nível da água em várias regiões da Sicília.
O Lago Pergusa, na comuna de Ennen, na Sicília, também secou nos últimos dias.
Isso não apenas compromete o abastecimento de água para as comunidades locais, mas também coloca em risco os ecossistemas que dependem do lago.
Giuseppe Maria Amato, representante de gestão de recursos hídricos da Legambiente Sicília, disse: “Nós previmos isso. Em julho, o lago Pergusa teria desaparecido e o desaparecimento veio antes, com o solstício de verão.”
De acordo com o Serviço Agrometeorológico Siciliano (Sias), as precipitações na Sicília atingiram o nível mais baixo desde 2002, com 8 mm.
Dados de junho do Departamento Regional da Autoridade de Bacia do Distrito da Bacia Hidrográfica do Rio Sicília, mostram que o reservatório passou de 4,86 milhões de metros cúbicos de água (Mmc) em junho de 2023 para 2,75 milhões de metros cúbicos, abaixo do último levantamento, que correspondeu a 2,87 milhões de metros cúbicos.