Governo Lula coloca sigilo em documentos enviados ao TSE sobre eleições na Venezuela

O Itamaraty colocou sob sigilo de cinco anos os seis ofícios que enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as eleições na Venezuela, informou o jornal O Globo.

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O Itamaraty colocou sob sigilo de cinco anos os seis ofícios que enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as eleições na Venezuela, informou o jornal O Globo.

A descoberta do sigilo foi descoberta após o jornal entrar com um pedido para obter os documentos através da Lei de Acesso à Informação.

Segundo a coluna da jornalista Malu Gaspar, foram solicitados os ofícios depois que o governo Lula pressionou o TSE a enviar servidores para acompanhar as eleições na Venezuela. O órgão, contudo, “recuou e não enviou seus funcionários”.

Os seis ofícios do Itamaraty enviados ao TSE vieram da divisão de Colômbia, Guiana, Suriname e Venezuela e foram classificados como “reservados” pelo embaixador João Marcelo Galvão de Queiroz, diretor do Departamento de América do Sul do Ministério das Relações Exteriores.

Ainda segundo o Itamaraty, os primeiros três documentos tratam de temas como “observação internacional às eleições presidenciais venezuelanas”, “registro eleitoral nas eleições venezuelanas” e “convite a representantes do TSE para que observem as eleições presidenciais.

Os documentos foram enviados para o TSE ainda na gestão de Alexandre de Moraes, que deixou a presidência do tribunal só em junho.

Em maio, o TSE anunciou que não mandaria ninguém para a Venezuela.

Depois que Carmén Lúcia tomou posse como nova presidente do TSE em 3 de junho, mais três ofícios foram enviados pelo governo Lula à Corte, mostrando que, apesar da posição pública do TSE, o Itamaraty ainda insistia no assunto.

Em 17 de julho, o TSE mudou radicalmente de posição e passou a dizer que enviaria dois servidores da área técnica do Tribunal para Caracas.

Embora os técnicos escolhidos para a missão fossem experientes e respeitados no TSE, a decisão da ministra provocou mal-estar na Corte e levantou o temor de que o envio de servidores do Poder Judiciário fosse interpretado como um endosso a um pleito marcado por ameaças, opressão, violações dos direitos humanos e fraude.

Após o ditador criticar publicamente as urnas do Brasil, dizendo que as eleições poderiam ser fraudadas, a ministra cancelou o envio de servidores.

Gabriel Ferrigno
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Gabriel Ferrigno

Jornalista independente e OSINT que já cobriu diversas guerras em tempo real, como a Guerra da Ucrânia, em 2022, e a guerra entre Israel e o Hamas, em 2023, bem como vários outros acontecimentos pelo mundo, como o lockdown na China durante a pandemia.

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