John Froelich, o americano que revolucionou a produção alimentar e ajudou a combater a fome no mundo

Atualmente, é difícil imaginar um campo sem um trator agrícola. E por uma boa razão.

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Atualmente, é difícil imaginar um campo sem um trator. E por uma boa razão.

Os grãos, especialmente trigo, cevada, milho e outros, são a base da civilização. A descoberta humana de que os grãos poderiam ser cultivados despertou o interesse dos nômades e caçadores em se reunirem em torno das plantações que utilizavam para se alimentar. Esse foi o nascimento da agricultura.

Os agricultores se reuniam em aldeias, que depois se transformaram em vilas e, eventualmente, em cidades como as conhecemos. A civilização, então, desenvolveu-se a partir do cultivo de grãos.

Ao longo de milênios, os grãos foram plantados, cultivados e colhidos com as ferramentas mais básicas, com a enxada e a foice, e auxiliados por animais de tração, como bois, cavalos e mulas.

A primeira grande disrupção ocorreu durante a Revolução Industrial, com o surgimento das colheitadeiras movidas a vapor. Contudo, eram pesadas demais, difíceis de manobrar e bastante perigosas.

Ela era alimentada por praticamente qualquer coisa que pudesse queimar, mas era comum o uso de madeira e carvão.

O incêndio necessário para alimentar a máquina a vapor ainda era perigoso, pois uma simples faísca da caldeira em um dia ventoso poderia alastrar por toda a plantação. Mas sempre há uma solução quando o assunto é inovação tecnológica.

Em 1982, na pequena vila de Giard, no condado de Clayton, em Iowa, as pessoas se divertiam com o que um empresário local chamado John Froelich, filho de imigrantes alemães, estava dizendo sobre revolucionar o mundo.

Os moradores tiveram que admitir, no entanto, que Froelich havia inventado outros gadgets úteis, como uma máquina de lavar mais eficiente, além de ser um bom homem de negócios.

“Ele tinha a mente muito criativa e inventiva. Ele só queria tornar a vida melhor para todos”, disse Denise Schutte, diretora-executiva da Fundação Froelich Museum em Iowa.

No entanto, mal sabiam que ele seria o responsável por causar uma enorme revolução na produção alimentar que combateria a fome no resto do mundo.

O pequeno empresário de Iowa acreditava que a potência mecânica era um campo promissor para o futuro, pois os motores de tração seriam capazes de substituir os cavalos em fazendas de médio e grande porte.

Frustrado com o trabalho no campo de Langford, na Dakota do Sul, devido aos motores a vapor pesados e volumosos, Froelich decidiu se dedicar a criar uma maneira mais eficiente de alimentar o motor. A solução que ele encontrou foi a gasolina.

Froelich e seu ferreiro de longa data, Will Mann, criaram um motor vertical de um cilindro montado no trem de marcha de um motor de tração a vapor, um híbrido de sua própria fabricação. 

Ambos ainda foram responsáveis por criar muitas peças novas para fazer tudo se encaixar. Na época, a palavra trator não era usada, mas foi isso que Froelich havia inventado.

Algumas semanas depois, ele e seus funcionários foram para os grandes campos de Dakota do Sul, com o primeiro exemplar de um trator agrícola e uma nova debulhadora. Naquele outono, eles colheram 72 mil alqueires de grãos pequenos. Nunca tinha sido tão fácil plantar e colher.

“O trator agrícola foi, sem dúvida, uma das inovações tecnológicas mais revolucionárias da história da agricultura moderna”, escreveram os estudiosos da Universidade da Califórnia Alan L. Olmstead e Paul W. Rhode em um estudo acadêmico sobre tratores.

Mas nem tudo foram flores nesse processo. O empresário formou uma empresa para fabricar o “Trator Froelich” com outros empreendedores. Entretanto, os esforços para vender o trator fracassaram. Dois foram vendidos e logo devolvidos. 

A empresa, então, decidiu se dedicar à produção de motores a gás estacionários para gerar renda enquanto os experimentos com tratores continuavam.

Em 1895, a Waterloo Gasoline Engine Company, da qual Froelich era presidente, foi incorporada por outra empresa que produzia motores estacionários, mas mantinha seu interesse em tratores e decidiu se afastar da empresa.

A Walterloo continuou produzindo motores estacionários enquanto tentava melhorar o trator. Eles chegaram a produzir outros modelos anos depois, e tiveram um certo sucesso.

Mas foi quando a Primeira Guerra Mundial estourou em 1914, levando os preços agrícolas e a forte demanda por energia agrícola mecânica a aumentarem, que o trator finalmente se tornou popular a ponto de muitos outros fabricantes surgirem em poucos meses.

Daí em diante, tratores de vários tipos de tamanhos que tornam a agricultura mais fácil e eficiente são usados por agricultores de todo o mundo.

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