Nos últimos meses, a Letônia, que tem uma fronteira de mais de 200 km de extensão com a Rússia, começou a fortificar seu território fronteiriço.
Em lugares onde antes nem mesmo postos fronteiriços haviam, equipamentos de terraplanagem estão atualmente criando uma trincheira.
A capital Riga vai alocar mais de 300 milhões de euros nos próximos cinco anos ao grande projeto de fortificação.
“Planejamos cavar valas antitanques ao longo da fronteira, como você vê aqui agora, e fortalecê-las com ‘dentes de dragão'”, disse Kaspar Lazdins, oficial sênior de engenharia das Forças Armadas da Letônia, ao LSM, em junho.
Conhecido como “dente de dragão”, os obstáculos de concreto em forma de piramide podem desacelerar ou canalizar os tanques para zonas onde podem ser facilmente eliminados por armas antitanque.
O anúncio do uso dos “dentes de dragão” foram feitos pelo governo letão em fevereiro, após uma série de “jogos de guerra” realizados pelo think tank Rand concluir que os tanques russos poderiam chegar aos arredores de Riga e Tallinn, as capitais de Letônia e Estônia, respectivamente, em apenas 60 horas.
No entanto, os dentes de dragão são apenas uma pequena parte do plano para fortalecer a fronteira leste e a linha de defesa planejada no Báltico.
Muitas valas foram construídas na fronteira, cada uma de acordo com as condições do terreno.
Dependendo do terreno e da situação de cada local, as valas antitanques possuem dimensões diferentes, chegando até dois metros de altura e três metros de largura.
Assim, por enquanto, a Letônia se concentra na construção de estruturas de engenharia sem a instalação de campos minados, que estão planejados para serem implantados apenas em caso de ameaça imediata de guerra.
As Forças Armadas da Letônia também estão distribuindo panfletos ao redor das áreas fronteiriças para recrutar novos guardas de fronteira e, na própria administração, um cartaz proclama “Somos a OTAN” em letão.
Em 1991, a Letônia conquistou sua independência quando a União Soviética entrou em colapso, mas alguns territórios foram perdidos para a Rússia. Nos anos 2000, Riga levantou as reivindicações territoriais com Moscou. O presidente russo, Vladimir Putin, deixou claro que isso nunca irá acontecer. “Nunca negociaremos sobre o tema de quaisquer reivindicações territoriais”, disse Putin, acrescentando que Riga receberá “as orelhas de um burro morto“, antes que qualquer terra seja entregue.