Hassan Nasrallah, líder do grupo terrorista Hezbollah, ameaçou o Chipre de guerra se permitir que Israel realize operações militares a partir de seu território.
“Abrir aeroportos e bases cipriotas ao inimigo israelense para atingir o Líbano significaria que o governo cipriota é parte da guerra, e (o Hezbollah) lidará com isso como parte da guerra”, declarou Nasrallah em um discurso televisionado.
O terrorista, que reside no Líbano, disse que o Hezbollah lutará “sem regras” e “limite” contra o Estado-membro da União Europeia (UE), que tem duas bases aéreas pertencentes ao Reino Unido.
Nasrallah defende o envio de uma armada de imigrantes de barco para a Europa via Chipre.
Membros do Hezbollah, que são apoiados pelo Irã e têm ampla autonomia no Líbano, lançaram diversos foguetes e drones contra o Estado judeu desde o ataque do Hamas no dia 7 de outubro.
Israel, por sua vez, tem respondido na mesma medida com ataques aéreos nas regiões fronteiriças. Contudo, a cada vez mais frequente escalada do Hezbollah levou Israel a subir o tom e se aproximar de declarar guerra ao Hezbollah.
O porta-voz militar de Israel adverte que a região está “à beira do que poderia ser uma escalada mais ampla, que poderia ter consequências devastadoras”.
O chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, usou a palavra “apocalíptico” para descrever uma guerra que poderia resultar. Tanto Israel quanto o Hezbollah, a força dominante no Líbano politicamente fraturado, têm o poder de causar pesadas baixas.
“Essa guerra seria uma catástrofe para o Líbano”, disse o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ao se reunir recentemente com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, no Pentágono. “Outra guerra entre Israel e o Hezbollah poderia facilmente se tornar uma guerra regional, com consequências terríveis para o Oriente Médio.”
De qualquer maneira, tanto os Estados Unidos quanto a Europa estão entregando uma mensagem direta ao Hezbollah: “Não pense que você é tão capaz quanto pensa que é”, disse Gerald Feierstein, ex-diplomata sênior dos EUA no Oriente Médio.
Chipre
Diante desse cenário, o Chipre, uma pequena ilha cristã no mar Mediterrâneo a apenas 250 km da costa do Líbano, se tornou uma peça fundamental.
O pequeno país aumentou sua cooperação com a defesa israelense nos últimos anos, como exercícios militares conjuntos e acordos de armamento.
O Chipre foi invadido pela Turquia na década de 1970 e o norte da ilha foi fortemente colonizado pelos turcos, tanto que até hoje a Turquia mantém um estado fantoche não oficial chamado de “Chipre do Norte”.
No norte de Chipre, ocupado pelos turcos, os locais cristãos enfrentam destruição e profanação sistemáticas. Igrejas, capelas e mosteiros históricos foram saqueados, vandalizados e até demolidos, com cemitérios cristãos saqueados e lápides destruídas.
O líder turco, Recep Tayyip Erdoğan, está do lado do Hamas na guerra, classificando Israel como um “Estado terrorista”, insistindo que o Hamas não é uma organização terrorista, mas um grupo de “mujahideen” (guerreiros sagrados) que defendem sua pátria.