Uma grande quantidade de rochas espaciais atinge o planeta Marte todos os anos, deixando crateras de impacto e provocando estrondos em todo o planeta vermelho, de acordo com um novo estudo publicado na sexta-feira na revista Science Advances.
As revelações contidas em dados coletados por uma missão da Nasa, atualmente aposentada, chamada de “inSight”, poderiam ser usadas para determinar onde serão pousadas futuras missões robóticas e tripulações de astronautas.
A inSight terminou quando o módulo de pouso estacionário perdeu uma batalha contra um acúmulo de poeira de Marte em seus painéis solares, em dezembro de 2022, mas a riqueza de dados que a nave conseguiu coletar continua alimentando novas pesquisas.
O módulo de pouso conduziu o primeiro sismômetro para Marte, que foi capaz de detectar ondas sísmicas que ocorreram a milhares de quilômetros de distância da localização da InSight em Elysium Planitia, uma planície plana ao norte do equador do planeta.
Mas a sonda também capturou evidências do impacto de meteoroides, que são rochas que se separaram dos corpos rochosos maiores, na superfície do planeta.
Os meteoroides são chamados de meteoros assim que atravessam a atmosfera da Terra ou de outros planetas.
Os cientistas questionaram o motivo pelo qual não foram detectados mais impactos em Marte, uma vez que o planeta está situado ao lado do principal cinturão de asteroides do nosso sistema solar, onde diversas rochas espaciais surgem para atingir a superfície marciana.
A atmosfera marciana é de aproximadamente 1% da espessura da atmosfera terrestre, o que significa que mais meteoroides passam por ela sem se desintegrar.
Desde 2021, os pesquisadores analisaram os dados da InSight e constataram que as rochas espaciais bombardeiam Marte com mais frequência do que se imaginava, de duas a dez vezes mais do que as estimativas anteriores.
“É possível que Marte seja mais geologicamente ativo do que pensávamos, o que tem implicações para a idade e a evolução da superfície do planeta”, disse a principal autora do estudo, Ingrid Daubar, professora associada de ciências da Terra, ambientais e planetárias da Universidade Brown, em um comunicado. “Nossos resultados são baseados em um pequeno número de exemplos disponíveis para nós, mas a estimativa da taxa de impacto atual sugere que o planeta está sendo atingido com muito mais frequência do que podemos ver usando apenas imagens.”