O primeiro-ministro Keir Starmer, eleito na semana passada, anunciou como uma de suas primeiras medidas de emergência um desencarceramento em massa sob a justificativa de “esforços para reduzir a reincidência” e resolver a crise das prisões.
Em sua primeira coletiva como líder britânico, Starmer disse que muitas pessoas voltaram à prisão “relativamente rapidamente” depois de saírem de lá. Ele acrescentou que irá ser uma das prioridades de sua gestão “evitar que jovens cometam crimes com faca”.
A medida de emergência de Starmer permitirá que até 40 mil criminosos com menos da metade da pena cumprida sejam liberados automaticamente.
O anúncio ocorre logo após a nomeação do ministro das prisões, James Timpson, que havia afirmado que apenas um terço dos prisioneiros atuais deveriam estar preso.
O Partido Trabalhista, que obteve uma vitória esmagadora nas eleições gerais de quinta-feira, prometeu rever as sentenças após ter recuperado o cargo pela primeira vez desde 2010.
A crise das prisões, de fato, existe. Com o crime sem controle no Reino Unido, a Associação de Governadores de Prisões, que representa 95% dos chefes de prisões na Inglaterra e no País de Gales, disse que as cadeias poderiam ficar sem espaço em poucos dias.
Os últimos números oficiais divulgados na sexta-feira apontaram a população carcerária da Inglaterra e do País de Gales em 87.453, o que significa uma “capacidade operacional utilizável” de 88.864.
O Partido Trabalhista pretende criar 20.000 vagas nas prisões, permitindo que os ministros se sobreponham aos conselhos locais em decisões de planejamento.
Além disso, planeja manter o esquema implementado pelo governo anterior, sob o qual alguns infratores de nível inferior podem ser liberados com até 70 dias de antecedência.
O governo escocês, administrado pelos também progressistas do Partido Nacional Escocês, responsável pelas prisões na Escócia, tem liberado prisioneiros em massa nos últimos meses para “aliviar” a superlotação das prisões.