Em um grande golpe para o presidente Volodymyr Zelensky, a Ucrânia será informada na Cúpula da OTAN do dia 9 de que é “corrupta demais” para se unir à aliança ocidental, segundo um alto funcionário do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Segundo um alto funcionário do Departamento de Estado americano, em entrevista anônima para o jornal britânico The Telegraph, a OTAN formalizará essa posição por escrito num comunicado da aliança a ser assinado na cúpula anual da OTAN na próxima terça-feira, 9 de julho.
Na cúpula, a aliança ainda solicitará “passos adicionais” de Kiev antes que as negociações de adesão continuem. “Temos que dar um passo atrás e aplaudir tudo o que a Ucrânia fez em nome das reformas nos últimos dois anos”, disse o funcionário.
A informação surge enquanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pressiona por uma rápida adesão à OTAN após o fim da guerra na Ucrânia.
No entanto, as últimas negociações entre os Estados-membros da OTAN sobre a possibilidade de oferecer à Ucrânia um cronograma concreto para se juntar à aliança militar têm esbarrado no tema da corrupção.
A Ucrânia sofre com uma corrupção generalizada, especialmente dentro das Forças Armadas, desde a dissolução da União Soviética, em 1991.
Desde o início da guerra, Zelensky já demitiu vários comandantes militares e funcionários do governo por corrupção.
Um relatório conduzido pelo próprio governo ucraniano em 2023 revelou que a corrupção “ainda era abundante”, com funcionários recebendo subornos para ajudar homens a evitar alistamento militar ou para distribuir vagas em unidades não envolvidas nos combates da linha de frente.
Durante uma entrevista à revista Time neste ano, Joe Biden levantou a “corrupção significativa” na Ucrânia como o principal obstáculo para apoiar uma adesão da Ucrânia na aliança.
Por esse motivo, os Estados Unidos têm bloqueado constantemente os esforços britânicos e europeus para determinar um caminho “irreversível” para a adesão da Ucrânia à OTAN.