Ozempic e Wegovy podem estar ligados à condição que causa cegueira, diz estudo

Chamado de “irmão” do Ozempic, o Wegovy chegará às farmácias do Brasil em agosto, se tornando o primeiro país da América Latina a disponibilizar o medicamento.

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Os pacientes que tomaram os medicamentos para diabetes e perda de peso frequentemente prescrito Ozempic e Wegovy enfrentam um risco maior de um derrame do nervo óptico, que pode levar à cegueira, diz um novo estudo realizado por pesquisadores da Mass General Brigham.

O estudo, publicado na revista científica JAMA, diz que as pessoas que usam semaglutida, vendida sob as marcas Ozempic para diabetes ou Wegovy para perda de peso, eram mais propensas a serem diagnosticadas com uma condição rara chamada NAION (Non-Arteritic Anterior Ischemic Optic Neuropathy) do que aqueles com diabetes ou obesidade que não tomaram os medicamentos.

A condição rara afeta de 2 a 10 em cada 100 mil pessoas. Com um acidente vascular cerebral, a condição ocorre a partir da redução do fluxo sanguíneo para o nervo óptico, que pode danificar o tecido.

Embora o estudo demonstre uma associação entre o Ozempic/Wagovy e a condição cegante, não está claro se é causa e efeito.

Os pesquisadores analisaram mais de 17 mil registros de pacientes da Mass Eye and Ear ao longo de seis anos. Das 710 pessoas com diabetes, 194 receberam prescrição de semaglutida, enquanto 516 tomaram outros medicamentos. No entanto, 17 pacientes em uso de semaglutida tinham NAION, enquanto apenas seis pacientes que tomavam outros medicamentos tinham a condição.

O mesmo cenário foi observado nos dados de 979 pacientes obesos ou com sobrepeso. Dos 361 que receberam o medicamento, 20 desenvolveram NAION.

Chamado de “irmão” do Ozempic, o Wegovy chegará às farmácias do Brasil em agosto, se tornando o primeiro país da América Latina a disponibilizar o medicamento.

A Novo Nordisk, que comercializa o Ozempic e o Wegovy, disse em um comunicado que a farmacêutica leva os relatórios de segurança dos pacientes a sério, e que o estudo não estabelece uma “associação causal” entre os medicamentos e a condição.

“A semaglutida foi estudada em grandes estudos de evidências do mundo real e programas robustos de desenvolvimento clínico com uma exposição cumulativa ao longo de 22 milhões de anos de pacientes”, diz o comunicado.

Gabriel Ferrigno
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Gabriel Ferrigno

Jornalista independente e OSINT que já cobriu diversas guerras em tempo real, como a Guerra da Ucrânia, em 2022, e a guerra entre Israel e o Hamas, em 2023, bem como vários outros acontecimentos pelo mundo, como o lockdown na China durante a pandemia.

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