O governo da Espanha, sob a liderança do socialista Pedro Sánchez, lançou um plano autoritário para intervir no financiamento e regulação dos meios de comunicação após a exposição dos escândalos de corrupção de sua esposa e irmão, revelou o jornal The Objective.
A medida, apresentada pelos socialistas como “um esforço de transparência e regeneração democrática”, levantou sérias preocupações quanto à liberdade de imprensa e ao controle do governo sobre os meios de comunicação, especialmente os da oposição.
Para isso, Sánchez planeja estabelecer um “comitê de especialistas” escolhidos a dedo pelo próprio governo que ficará encarregado de definir o que é fake news ou não, e avaliar os desvios das “boas práticas” jornalísticas.
Esse órgão seria capaz de identificar os veículos de comunicação que divulgam “informações falsas” e poderia censurar aqueles que não atendem aos padrões estabelecidos por eles.
O plano ainda inclui outra legislação controversa que exigiria que os meios de comunicação adotassem um código de ética de “empresas sociais”, tornando-se obrigadas a divulgar seu financiamento privado para “evitar conflito de interesse entre as informações divulgadas e os interesses dos acionistas”.
Contudo, teme-se que Sánchez queira descobrir quem são os seus opositores para depois persegui-los.
A Associação de Imprensa de Madrid (APM) manifestou apoio a uma maior transparência sobre os proprietários dos meios de comunicação social e os fundos que recebem, mas expressou extrema preocupação com uma possível interferência do governo no trabalho jornalístico.
Em nota, a APM ressaltou a importância de “manter a independência dos meios de comunicação e evitar que medidas de transparência sejam usadas como ferramenta de controle governamental”.
A entidade ressaltou que qualquer tentativa de restringir a liberdade de imprensa deve ser vista com cautela e criticada quando necessário.
A principal preocupação é que, sob o pretexto de transparência e ética, o governo esteja implementando um sistema de censura velada. Os meios de comunicação que não aderirem ao código de ética proposto ou que forem sinalizados pelo “think tank socialista” podem sofrer multas que comprometeriam sua sustentabilidade e capacidade operacional.