Quatro imigrantes indianos foram presos acusados de administrar uma rede de “trabalho forçado” no condado de Collins, no Texas, disse o Departamento de Polícia de Princeton.
As prisões ocorreram após 15 mulheres terem sido encontradas morando em uma casa de Princeton, cerca de 45 km do centro de Dallas, após uma investigação policial.
Segundo a Fox 4 News, a investigação se iniciou após uma denúncia de um trabalhador de uma empresa de controle de pragas que foi designado para ir até a residência devido a uma infestação de percevejos.
Segundo o depoimento do funcionário, “cada quarto… tinha de 3 a 5 mulheres jovens dormindo no chão” e que havia “grandes quantidades de malas”.
Tanto o funcionário quanto a empresa optaram por denunciar a situação estranha para a polícia, que iniciou uma investigação aprofundada.
Poucos meses depois, os detetives da Polícia de Princeton conseguiram um mandado de busca para a casa, que pertencia a Santhosh Katkoori, de 31 anos, na Ginsburg Lane.
Na casa, os policiais logo se depararam com uma casa sem móveis e dezenas de mulheres jovens nuas dormindo no chão. Havia dezenas de computadores, nos quais as mulheres eram forçadas a trabalhar em várias empresas de fechada de Katkoori e de sua esposa, Dwaraka Gunda, de 31 anos.
As mulheres também eram obrigadas a ficar no chão enquanto não estavam trabalhando.
Dezenas de computadores, celulares e documentos falsos foram apreendidos na operação, que levaram à descoberta de uma enorme rede de tráfico humano que atuava não apenas em Princeton, mas também nas cidades vizinhas de Melissa e McKinney.
Segundo Carolyn Crawford, policial de Princeton, mais de 100 pessoas estavam envolvidas no trabalho escravo, das quais mais da metade eram vítimas.
Além de Katkoori e Gunda, a polícia também prendeu Anil Male, de 37 anos, e Chandan Dasireddy, de 24 anos, pelo envolvimento na rede criminosa. Contudo, ressalta que mais prisões serão realizadas em breve.
“A forma como nos deparamos com essa situação foi muito única”, disse o chefe de polícia de Princeton, James Waters. “[Os investigadores] desvendavam apenas uma infinidade de outras pistas e uma infinidade de outras cenas que estavam saindo por aí.”
Um advogado de Katkoori, no entanto, pediu que as pessoas “se abstenham de julgar”, após acusar a polícia de “procedimentos indevidos” e que “nada disso era trabalho forçado”.
Segundo o último Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o tráfico de seres humanos para trabalho forçado é o segundo mais comum tipo de tráfico, embora seja sub notificado por ser menos frequentemente detectado e denunciado.
Geralmente as vítimas são mulheres e não são capazes de procurar ajuda por vários motivos, como barreiras linguísticas ou podem ser fisicamente incapazes de sair das instalações de trabalho forçado.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimou que 24,9 milhões de pessoas em todo o mundo estavam em trabalho forçado em 2016.