Sem carros funerários, cubanos usam caminhão de construção para carregar caixões de falecidos

O registro de Santiago de Cuba é um exemplo da crise funerária que se espalha por toda a ilha, deixando a população à própria sorte para resolver o problema da forma que puder.

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Os cubanos residentes na província de Santiago de Cuba enfrentam dificuldades para transportar os caixões de seus familiares devido ao completo colapso dos serviços públicos administrados pelo regime do Partido Comunista Cubano.

O registro de Santiago de Cuba é um exemplo da crise funerária que se espalha por toda a ilha, deixando a população à própria sorte para resolver o problema da forma que puder.

“Isso é humilhante, olha como colocaram dois caixões nesse caminhão de construção, porque não tem carro funerário”, disse o jornalista cubano Yosmany Mayeta Labrada.

Os serviços funerários na ilha são apenas um dos diversos serviços precários que moradores precisam assumir a responsabilidade, que é do Estado, em resolver. Como de costume, esses problemas não interessam minimamente às autoridades castristas.

A principal funerária da cidade de Santiago de Cuba colapsou completamente no mês passado devido ao “alto número de corpos que chegaram em um curto período de tempo”. Num período de 24 horas, cerca de 29 corpos foram levados para o cemitério.

Embora as autoridades não tenham dado nenhuma explicação sobre o número de mortos registrados em tão pouco tempo, os moradores especulam que pode ser decorrente de uma combinação de fatores, como o aumento da insegurança quanto a insalubridade e aos surtos de vírus Oropouche e da dengue em meio ao acúmulo de lixo espalhado pelas ruas das cidades.

A situação em Cuba é mais do que uma questão de crise econômica, é, na verdade, uma crise sistêmica gerada pelas políticas corruptas do Partido Comunista Cubano que levou ao colapso todo o sistema de saúde, financeiro, transporte, energia, funerário, cartório, serviços sociais, etc.

A ilha, que enfrenta o maior êxodo de toda a sua história, incluindo os anos recordes combinados de 1980 e 1994, viu mais de 300 mil cubanos cruzarem a fronteira sudoeste dos Estados Unidos apenas em 2022, representando quase 3% da população estimada da ilha.

De acordo com uma análise do Instituto Real Elcano (RIE) de Estudos Internacionais e Estratégicos, o governo espanhol foi alertado de que Cuba pode “uma explosão social de consequências políticas imprevisíveis a qualquer momento”.

Gabriel Ferrigno
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Gabriel Ferrigno

Jornalista independente e OSINT que já cobriu diversas guerras em tempo real, como a Guerra da Ucrânia, em 2022, e a guerra entre Israel e o Hamas, em 2023, bem como vários outros acontecimentos pelo mundo, como o lockdown na China durante a pandemia.

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