Uma eventual Terceira Guerra Mundial não afetará apenas a Europa, alerta Rússia

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, atacou a Casa Branca e sustentou que os riscos de uma Terceira Guerra Mundial são claros e não se limitariam à Europa.

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A Rússia ameaçou os Estados Unidos nesta terça-feira, 27 de agosto, com uma possível escalada na guerra da Ucrânia, garantindo que não os deixariam de fora do conflito e também sentiriam as consequências.

Dessa forma, o Kremlin procurou persuadir Washington a reduzir sua assistência às tropas de Kiev, que têm vantagem em Kursk, onde invadiram semanas atrás.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, atacou a Casa Branca e sustentou que os riscos de uma Terceira Guerra Mundial são claros e não se limitariam à Europa.

“Agora confirmamos, mais uma vez, que brincar com fogo, e eles (americanos) são como crianças brincando com fósforos, é uma coisa muito perigosa para adultos que são confiados com armas nucleares em um ou outro país ocidental”, disse Lavrov, enfatizando: “Os americanos associam inequivocamente as conversas sobre a Terceira Guerra Mundial a algo que, Deus me livre, se isso acontecer, afetará exclusivamente a Europa.”

Em seguida, referiu-se ao pedido de Volodymyr Zelensky para a cessação das restrições ao uso de armas aliadas a serem usadas em território russo, que está sendo avaliado pelas nações, e sustentou que o Ocidente está “procurando problemas” ao abrir espaço para essa possibilidade.

A Ucrânia tem requerido há meses que os parceiros internacionais lhe permitam usar suas armas com um número cada vez menor de restrições, com o objetivo de maximizar o seu potencial, mesmo que isso implique em atacar a Rússia em seu próprio território.

Inicialmente, as nações estavam relutantes em mudar, temendo um conflito aberto com o Kremlin, mas, com o decorrer dos meses, algumas das limitações foram diminuindo lentamente.

Por outro lado, Lavrov afirmou que a Rússia está “esclarecendo” sua doutrina nuclear, para a qual, em junho, Vladimir Putin havia mencionado algumas das possíveis modificações a serem implementadas.

“Sabemos que entre os especialistas ocidentais existem ideias de certos tipos de armas nucleares que poderiam ser usadas e isso não seria algo especialmente sério … Pode não ser grave, mas somos obrigados a prestar atenção a isso e fazemos”, disse Putin em junho, enfatizando que “as forças nucleares russas estão sempre em alerta”.

As palavras de Lavrov vieram no mesmo dia em que o chefe militar ucraniano, Oleksandr Sirski, anunciou que as tropas ucranianas já controlam quase 1.300 km² da região fronteiriça russa, que invadiram inesperadamente em 6 de agosto. Além disso, 594 prisioneiros russos foram capturados.

Gabriel Ferrigno
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Gabriel Ferrigno

Jornalista independente e OSINT que já cobriu diversas guerras em tempo real, como a Guerra da Ucrânia, em 2022, e a guerra entre Israel e o Hamas, em 2023, bem como vários outros acontecimentos pelo mundo, como o lockdown na China durante a pandemia.

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